- Ano: 2015
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Fotografias:Joana França
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Fabricantes: Hunter Douglas, ACM, Arconic, Atlas Concorde, Cebrace, Cecrisa, Granitos, Interflex, Knauf, Maxply, Plaka, Portinari, Suvinil
Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetar um novo terminal marítimo de passageiros para Fortaleza, obedecendo às diversas normativas do setor, ao cronograma reduzido, atendendo as expectativas de diversos usuários operacionais envolvidos e ao mesmo tempo conceber uma edificação de uso flexível e forma marcante, tudo isso na localização de maior potencial turístico e paisagístico da cidade, foi o desafio que empresa Architectus enfrentou durante quase três anos entre projeto e obra.
Com o intuito de servir de infraestrutura para os jogos da Copa do Mundo de 2014 que se realizariam na cidade, o Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza foi concebido desde o princípio para funcionar como espaço multiuso, atendendo tanto a atividade do turismo marítimo quanto como espaço de eventos, exposições, festas e mostras, consciente da sazonalidade do seu uso original devido a demanda do turismo de cruzeiros no Atlântico Sul (outubro a maio).
A sua volumetria dinâmica, para além da inevitável solicitação do cliente por expressividade formal pelo papel de Fortaleza como primeiro porto para cruzeiros vindos do hemisfério norte, surge da proposital relação entre objeto e observador idealizada pelos arquitetos. A Enseada do Mucuripe, principal zona turística da cidade, tem seu ponto focal na Praia Mansa, região subaproveitada por ser área alfandegaria coligada ao porto, agora passível de incorporação ao contexto urbano. A cidade passa a poder olhar o cenário onde o terminal se implanta e o usuário, cercado por três quadrantes de oceano, pode descortinar o mar à leste de onde vem os ventos alísios, a enseada à oeste com os barcos de pesca, o skyline da Beira Mar e à norte o oceano de onde vem os navios de cruzeiro.
Resultado dessa situação geográfica privilegiada, o terminal se desenha longitudinalmente ao longo do novo cais de múltiplo uso que foi executado parcialmente adentrando na bacia portuária, criando duas fachadas de structural glazing com vidros de controle solar e brises similares para nascente e poente e uma grande varanda em balanço para o norte. A porção sul foi concebida como um elemento fechado por brises que envolve e delimita o desenho curvo da coberta e abriga os setores de serviço, ao mesmo tempo evita a visualização do pátio de contêineres adjacente ao terminal. A forma do conjunto resulta da busca de um desenho em curva simples, de fácil apreensão e de rápida execução por meio da modularidade geométrica para atender os prazos exíguos impostos.
Para isto foi concebida uma estrutura de concreto protendida para o térreo onde se dá operação marítima propriamente dita composta de um saguão principal subdivididos em 3 setores por meio de divisórias articuladas. Dependendo do tipo de cruzeiro, do horário, da operação que se deseja e da quantidade de passageiros, pode-se usar total ou parcialmente o saguão. De frente ao cais, dar-se- á o controle alfandegário e na parte posterior a parte de conveniência com lojas, cafés e sanitários. Na porção sul ocorre a circulação, ao longo de boxes de serviços e o setor da Polícia Federal e Receita, que se conecta com o depósito de bagagens em anexo.
No superior, para a demanda atual, estão localizadas as áreas multiuso (Auditório, Espaço Cultural, bares, restaurantes) e o terraço Norte. No setor sul diversos escritórios de agências e órgãos públicos necessários ao controle e fiscalização do terminal e suas operações. Para lidar com as demandas de flexibilidade de uso e grandes vãos, o superior foi coberto com estrutura metálica de treliças planas e cobertura com manta termoplástica. O sistema estrutural foi desenvolvido buscando otimizar a modulação dentro da curvatura da coberta e pilares em V simétricos com rigor geométrico da malha metálica no entanto possibilitando um desenho conciso e arrojado.